sábado, 14 de maio de 2011

Visita ás linhas de montagem

 Após o almoço onde tivemos a oportunidade de falar com muitas caras conhecidas da marca e estabelecer contactos importantes, tivemos a oportunidade de visitar as linhas de produção. Novamente pelas mãos de Richard Paramint, ouvimos histórias de como Hethel evolui desde os tempos da base aérea americana dos anos 40 (onde pontificava o capitão James "Jimmy" Stewart, estrela de Hollywood de então), até aos dias de hoje passando pelas histórias de quando a pista de testes cruzava a fábrica o que provocava alguns sustos aos trabalhadores que atravessavam a então recta grande, ou então a história de como Chapman evitou que os seus trabalhadores espreitassem pela janelas da fábrica para ver os F1 em pista. Nada como plantar num único fim-de-semana uma enorme sebe com a ajuda de Hazel Chapman. 

Nas linhas nota-se o carácter manual de toda a operação, apenas com alguns laivos de automação para as tarefas que exigem maior esforço físico. Fora essas tudo se passa de forma manual e até as estruturas móveis onde são montados também são empurradas pelo chão de fábrica à mão!

Uma das secções mais interessantes é sem dúvida a zona da pintura onde se nota um grande cuidado com o resultado final. Todos os painéis são cuidadosamente tratados antes de serem submetidos a um demorado processo de pintura e acabamento, consequência do facto dos painéis serem em fibra de vidro, um material ingrato para quem pinta. Todos os componentes da carroçaria são pulverizados por uma equipe de seis pintores e é o processo mais demorado na linha de produção.

Nas linhas de montagem propriamente ditas temos duas grandes linhas, divididas pelas plataformas actualmente usadas pela marca. De um lado os modelos baseados na plataforma Elise, 2-11s, Evoras, Elises e Exiges e do outro uma linha dedicada ao novo Evora. Os Tesla são fabricados no mesmo local mas numa linha de produção paralela que como é óbvio, é alimentada pela linha do Elise. Estando nesta área era inevitável querer saber mais sobre o futuro do Elise, especificamente os motores ou os rumores da falta dos mesmos. A informação não-oficial que obtivemos é que a Toyota teria fabricado um número muito grande de motores 2ZZ antes dos acontecimentos de Março com o terramoto que paralizou o país. Estes motores estariam reunidos no Japão prontos para serem encomendados pela Lotus se assim fosse a vontade da marca. O nosso anfitrião revelou ainda que o Elise actual está provavelmente nos primeiros dois terços do seu ciclo de vida. Não houve comentários oficiais sobre o intervalo de tempo entre os modelos Elise actuais e novos... 

O resto da visita foi passado com a curiosidade habitual de quem nunca conheceu por dentro uma fábrica de automóveis (não era o nosso caso), e com paragens demoradas nos locais mais interessantes, como seja, a montagem do grupo motor/caixa de velocidades ou a colagem dos componentes do chassis com o já famoso BETASEAL. 

A história mais curiosa desta visita acabou por ficar guardade para o fim depois de Paramint nos ter contado histórias de donos de Lotus visitarem a fábrica e portarem-se como crianças com um novo brinquedo quando viam o seu carro na linha de montagem. Mal podiamos imaginar que entre nós estava também um futuro proprietário que encontrou o seu Evora S na penúltima estação de montagem da linha! Por uma feliz coincidência, Henri Claessens, representante do Club Lotus França viu o seu carro na linha de produção, 90% completo! Um final diferente para uma visita muita agradável ao local onde os sonhos nascem.
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